sexta-feira, 7 de março de 2014

Acerca da manifestação das Forças e Serviços de Segurança


1. A manifestação que hoje teve lugar, convocada pela Coordenadora das Forças e Serviços de Segurança, constituiu a maior manifestação de sempre destes profissionais, uma imensa demonstração do mal-estar que percorre estes sectores. Uma manifestação que, no seguimento da realizada no passado dia 21 de Novembro, tornou claro que o Governo não só não respondeu aos problemas que atingem estes profissionais, como adotou novas medidas de penalização das suas vidas.

2. A natureza particular das missões acometidas a estes profissionais, é incompatível com os crescentes e públicos casos de insolvência familiar e incumprimento das obrigações assumidas que, no conjunto, somam já cerca de 6 mil profissionais; de novos cortes nos direitos na saúde; de medidas para algumas forças, visando um regime disciplinar mais apertado e repressivo; de incumprimento de acordos geradores de expectativas que deveriam ter no Orçamento de Estado a sua expressão e que acabaram por não se verificar; o tratamento desigual adotado no que respeita ao vínculo à lei dos trabalhadores em funções públicas, excluindo uns e mantendo outros; a crescente degradação das condições para o exercício profissional, seja do ponto de vista material, seja do ponto de vista do número de efetivos, a que se soma a crescente desmotivação fruto da situação criada pela política do Governo. O profundo sentimento de injustiça daí resultante só poderia adensar-se.

3. O Governo não só tinha consciência do ambiente existente em resultado da sua política, como tinha expressado pela voz do MAI a consideração de que os membros das forças de segurança não podiam ser tratados de igual forma aos restantes trabalhadores da Administração Pública, sublinhando que não se podia tratar de forma igual aquilo que é diferente. A verdade é que a essa afirmação não correspondeu nenhuma medida que lhe desse substância.

4. A realidade é que o Governo, desde a manifestação de 21 de Novembro, fingiu encetar um processo de diálogo, abrindo expectativas, ao mesmo tempo que ia anunciando novas medidas penalizadoras para os profissionais das forças e serviços de segurança e tornando pública a intenção de proceder a incompreensíveis castigos em resultado da última manifestação destes sectores profissionais, contribuindo desse modo para acicatar um clima de ainda maior indignação.

5. O PCP manifesta a sua solidariedade aos profissionais das forças e serviços de segurança pelas justas reivindicações que motivaram a sua luta e pelo grau de coesão, unidade, disciplina e responsabilidade manifestados.

6. A luta destes profissionais inserindo-se na luta mais geral dos trabalhadores e do povo, como eles vítima deste desastroso rumo, torna claro a oposição à política de direita e o crescente isolamento deste Governo e a necessidade da sua demissão.

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