segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Sobre a privatização dos seguros da Caixa Geral de Depósitos



A decisão do Conselho de Ministros de 29 de Agosto de 2013 de avançar no processo de privatização das seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (Fidelidade, Multicare e Cares) é mais um grave crime político e económico cometido contra os interesses nacionais. Uma decisão, a coberto do Pacto de Agressão, que significa um enorme frete/prémio aos grupos financeiros privados, nacionais e estrangeiros, que dominam o sector segurador em Portugal, enfraquecendo, simultaneamente, o Grupo Financeiro Público da Caixa Geral de Depósitos e a capacidade reguladora do Estado. O sector ficará também, praticamente, nas mãos do capital estrangeiro.

Recorde-se que a atividade seguradora do Grupo Caixa teve 76 milhões de euros de lucros no primeiro semestre do corrente ano, mais que duplicando os resultados do mesmo período do ano passado.

Num sector já fortemente oligopolizado, o governo vai promover o reforço da sua monopolização, com a venda aos grupos privados hoje dominantes, da Fidelidade, que lidera destacada o sector em Portugal (quota de cerca de 30%) e é a sexta no mercado ibérico de seguros. Assim se vai reforçar a predação económica que este sector há muito vem efetuando sobre os seus clientes, nomeadamente pequenas e médias empresas, com manifestos abusos de posição dominante e de dependência económica pelas seguradoras, nomeadamente sobre oficinas de automóveis e empresas de desempanagem.

O PCP, ao mesmo tempo que denuncia a gravidade política da decisão do governo PSD/CDS, tomará as iniciativas adequadas na Assembleia da República, para travar esta privatização.

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